A hora havia chegado. Depois de um tempo de molho, a meia maratona do Rio seria o grande teste. Estava ao mesmo tempo confiante e ansioso. Sabia que a distância não seria um grande problema, pois na semana anterior já havia feito 18km, mas sei lá, confesso que eu não me sentia ainda muito confortável.
Pra piorar a situação, não descansei muito na véspera, pelo contrário. No sábado, acordei às 5 da manhã para vir de carro de Sampa. Ao longo do dia, entre idas e vindas na minha cidade, muito trânsito, engarrafamentos... Devo ter passado no total umas 8 horas sentado dentro carro. Tentei dormi cedo mas não consegui. Na verdade não dormi quase nada...
Cheguei em São Conrado um pouco antes das 8:00h. Estava completamente sozinho, ao contrário dos outros anos, quando corri sempre rodeado de amigos. A solidão só foi quebrada quando alguns guerreiros da equipe Branca passaram por mim, e ao virem a minha camisa, me comprimentavam, mesmo que com um aceno tímido.
A largada foi dada às 9:05h. Muita gente, como de costume, se apertando na subida da Av. Niemeyer. O nervosismo da largada aliado ao esforço da ladeira levou meu batimento acima de 160bpm muito rapidamente. Quando percebi, reduzi o ritmo e fui bem devagar. Não estava ali para fazer tempo. Chegando no Leblon/Ipanema uma azia muito forte começou a me acompanhar. Não preciso dizer que o gel de carboidrato lá pelo km 8 não contribuiu muito para a minha melhora. Estava correndo desconfortável. Sentia as pernas pesadas, a azia batia na minha garganta, e pra piorar, vontade de fazer xixi.
Fui segurando por muito tempo, na esperança de aparecer um banheiro químico, até que a ficha caiu e eu percebi que não podia contar com a organização da prova. Quase chegando no Leme, parei em um dos postos de salva-vidas que existe na praia, e consegui me aliviar. Ainda perdi uns minutos na fila, mas valeu a pena. Quando saí de lá era outro corredor.